SALTO DO TIETÊ, OS ÚLTIMOS AMANTES - FELIPE ARAÚJO
Há alguns anos atrás, antes da época do descobrimento do Brasil, houve um bandeirante chamado Pedro Álvares Cabral. Ele nasceu em Portugal.
Cabral era um bom menino, amava a todos, respeitava os pais e, como toda criança, tinha um grande sonho. Desde pequeno, sonhava em ser um grande navegador, como seu pai, José Álvares Cabral, um grande navegador. Porém, ele não tinha recursos para fazer viagens de navios, mesmo assim, não desistia de seu sonho.
Cabral cresce e alcança 19 anos: ele tem uma chance de seguir os passos de seu pai no navio.
Com isso, começou a ser conhecido por todos, então, chamaram-no para liderar uma cruzada de navios para ir à América, no leste do globo terrestre.
Cabral aceitou a proposta e foi velejar para a nova terra. Porém, perdeu-se no oceano e foi a um lugar onde ninguém teve coragem de ir antes: veio para o Sul e descobriu uma grande e vasta faixa de terra, “O BRASIL” – que ainda não tinha esse nome.
Lá, eles encontraram povos nativos e os chamaram de indígenas, já que achavam que estavam na Índia. Como os indígenas sabiam que, se tentassem confrontar esses navegadores perderiam, por isso, ofereceram paz e permitiram que eles estudassem sua língua e seus costumes.
Um dos navegadores, chamado Okura Hito, era um agente real e escreveu uma carta para o rei, avisando-lhe que eles tinham encontrado novas terras no Sul.
Depois de, mais ou menos, um mês, Okura recebeu um carta, que dizia que o rei havia enviara tropas para o sul para conquistar os indígenas e elas chegariam em 10 dias.
Quando Okura leu a carta do rei, ele pegou suas roupas, armas e alimentos para fugir. Enquanto se preparava, Cabral chegou e leu a carta. Com raiva, pegou sua espada, cortou a garganta de Okura. Por isso, antes de morrer, ele disse:
- Prepare-se, o rei não vai deixar barato.
- Eu sei!!!
Cabral pegou a “mala” de Okura, fugiu para os indígenas e os avisou do ataque.
Os indígenas estranharam no começo, mas acreditaram e perguntaram-lhe o que poderiam fazer para ajudar, para armarem uma emboscada e pegarem os invasores de jeito.
Para que os portugueses não tivessem tanta vantagem sobre eles, no meio da noite daquele mesmo dia, eles mataram todos os portugueses.
Depois, eles decidiram usar o território, já que conheciam bem o lugar, principalmente o rio Tietê, onde esses nativos pretendiam encurralar a esquadra e matarem-nos.
Os dias se passaram, e faltava apenas um dia para a batalha. Uma indígena, chamada Rin dos Anges, que significava “riso dos anjos”, foi falar com Cabral, perto do rio Tietê:
- Não quero que vá para a batalha amanhã - disse Rin.
- Tenho que ir, seu povo precisa de mim lá. – respondeu o navegador.
- E eu preciso de você.
- Eu voltarei, juro.
- Não jure o que não pode cumprir.
Ficam sem palavras, olham-se e, a cada segundo, aproximavam-se mais. Então, beijam-se, um beijo levou a outro e, dos dois primeiros, vieram milhares de beijos. Assim, começaram a se despir, a noite passou e uma vida nova foi concebida.
Os dois acordaram e esta prestes a começar a batalha. Os índios se posicionam com suas armas
Assim que eles os encurralassem, atacariam tão fortemente, que eles se renderiam na hora, e os cadáveres, os corpos portugueses, cairiam e, como existiam peixes carnívoros no rio, os corpos sumiriam.
A batalha começou e tudo saiu como o plano, mas na hora em que eles deveriam se render, preferiram pular no rio Tietê e, quando Cabral viu aquilo, ele pegou a espada e gritou “liberdade ou morte...” Tomou impulso e pulou no rio. Os índios, vendo aquilo, também pularam no rio, perseguiram e mataram todos os portugueses, porém, um deles tinha se escondido.
Quando Cabral saiu da água, esse homem pegou a arma e atirou nele; quando os indígenas escutaram o som da arma, soltaram os cachorros, que mataram o homem, mas Cabral estava fraco. Rin chegou à cena do crime e chorou.
Cabral olhou para ela e disse:
- Pegue minha amada e tire o pequeno arame de onde segura a espada.
Ela pega a espada, tira o arame e lê.
Ela olha para Cabral mas ele não corresponde e, então, percebe que ele está morto, sem vida.
Rin olha de novo a espada e se levanta.
- O que diz aí?
E ela responde:
- Lutem e lutem mais ainda até cordeiros virarem leões.
- O que significa?
- Nunca desista!!!
Dez homens pegaram o corpo de Cabral e levaram-no para um enterro digno.
Com essa história, o povo daquela região deu o nome da cidade de Salto em memória ao ato do corajoso Pedro Álvares Cabral e, ao lado do rio Tietê, existe um pequeno espaço onde se encontra uma estátua em memória do amor de um português e uma indígena, que é chamado de OS ÚLTIMOS AMANTES.