O PARAQUEDISTA EM SALTO - MATHIAS KALLEDER
Adam era um paraquedista de trinta anos, muito experiente e apaixonado por esse esporte radical. Ainda não apresentava fios de cabelo grisalho, talvez por isso ainda demonstrasse tanta disposição. Certo dia, o avião em que ele estava saiu da rota por descuido dos pilotos, eles lhe disseram que o querosene talvez pudesse acabar antes da volta; com essa terrível previsão, Adam, ao avistar um rio logo abaixo, preferiu saltar do avião, dentro dele. Não teve dúvidas, colocou o paraquedas em suas costas, pôs os óculos e despediu-se:
- Até mais! - e pulou.
Após se aproximar do rio, o paraquedista o reconheceu, assim como reconheceu a cidade. Era a cidade de Salto e o rio era o Tietê; a água dele continuava limpinha como quando fora lá, na sua infância. Como estava com fome, resolveu pousar no concreto para poder ir almoçar, pois conhecia um ótimo restaurante do local.
Depois de almoçar em um “quilo” muito bom, uma coisa voltou a sua mente: ele tinha um amigo que viajaria nesse mesmo dia para essa cidade, esse amigo se chamava João e ele tinha um casa em Salto para passar os dias de feriado. Adam tinha o endereço da casa e, como não era longe de onde estava, resolveu ir até lá.
“Toc-Toc-Toc”, ele bateu, e depois de dez segundos a porta se abriu:
Adam!! Que surpresa! - disse João.
- Prazer em vê-lo, amigão!! – o trintão respondeu.
Os dois amigos deram-se um aperto de mãos bem forte, João convidou Adam para entrar e os dois conversaram sobre como o paraquedista fora parar naquela cidade do interior do Estado de São Paulo. Depois daquela velha conversa entre amigos, foram passear para (re) ver a cidade; um dos locais de visitação de que mais gostaram foi a ponte pênsil; uma característica bem interessante dela é que, quando você olha para baixo, é possível ver a margem do rio de uma altura enorme. Outra sugestão é o visitante deixar a sua máquina fotográfica bem presa no pulso, pois o intervalo entre as madeiras da ponte é um pouco grande e, caso alguém tropece ali e caia, sua máquina estará segura.
Após três dias na cidade, o paraquedista ficou satisfeito por ter revisto tantos locais dessa cidade maravilhosa e agradeceu ao seu amigo por deixá-lo dormir em sua casa e, ainda, lhe dar uma carona até a sua própria cidade, onde encontrou sua esposa esperando por ele preocupada, afinal, ela soubera da notícia e da volta dos pilotos, mesmo com pouco combustível.
Enfim, todos ficaram felizes.